HOPE

E temos a nossa primeira Fic, minha gente! É de uma grande amiga minha, MaDuds, que por sinal é uma grande escritora que fez uma história fantástica! Leiam porque é ótima e vocês não irão se arrepender!

                                   HOPE
CAPÍTULO UM.

O dia não estava sendo diferente de todos os dias chuvosos de Detroit. Eu corria pela casa para colocar os baldes aonde tinha as goteiras. Estava indo colocar o balde no ‘’quarto’’ de meus pais, quando ouvi minha mãe gritando. Sim, meu pai batia nela. Angelina correu até mim, com os ouvidos sendo tapados por suas pequeninas mãos. A peguei no colo, e andei, tentando não fazer barulho até o nosso “quarto”. Na porta, escrito a mão Lourds Maria & Mia Ann, e abaixo um desenho, feito por Mia, duas garotas. Mas aquilo não podia se chamar de quarto. Era um colchão jogado, e uma cômoda velha, onde guardávamos o tanto de roupa que tínhamos. Sentei-me no colchão e coloquei Mia Ann deitada confortavelmente em meu colo. Era sempre assim, sempre. Ah, esqueci de apresentar minha irmã. Mia Ann tem 1 ano e meio , e é minha vida, ainda não fugi de casa por causa dela. Mas, hoje, quando vi ela chorar, decidi fazer o que eu deveria ter feito á séculos. Iria para a delegacia, de lá, eles poderiam nos levar a um orfanato. E não,não é apenas pelo fato de meu pai bater na minha mãe, e sim porque ele bate em mim, e na minha irmã também. O pior é quando ele está bêbado. Ele já quebrou uma cadeira em minhas costas quando chegou do seu trabalho, que era ficar no bar, bebendo com os seus amigos vagabundos. Tá ai o porque de sermos pobres. Minha mãe também, não para em casa, mas também não faço questão de saber o que ela faz, desde que deixe o dinheiro entrar, para não deixar Mia com fome. Mas isso iria acabar. Ouvi meu pai saindo batendo a porta e mina mãe pelo jeito foi atrás. Ótimo, era agora. Mia dormia feito anjo, me levantei, deixando-a deitada no colchão. Peguei minha bolsa do colégio, parcialmente rasgada, e coloquei todos os nossos pertences. Coloquei um casaco e um tênis. Levantei Mia e coloquei uma meia nela, a enrolei em um cobertor e a peguei no colo. Ela encostou sua cabecinha em meu peito, e eu coloquei a bolsa nas costas. Peguei meu celular velho, e liguei para Drew, como era noite, não queria ir sozinha para a delegacia.




Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho



CAPÍTULO DOIS

 
Tu,tu,tu,tu
-Alô?
-Oi,Drew, é a Lourds.
-Oi Lola, tudo bem?
-Drew, não posso falar muito. Vem aqui em casa e me leva na delegacia? Por favor..”
-To indo.
Drew sabia porque eu iria à delegacia, e não contestaria, pois sempre apoiou essa ideia.
Fechei a porta, e fiquei esperando, cobri a cabeça de minha irmã para ela não acordar,com o barulho dos carros. Ele chegou em menos de cinco minutos, com seu carro chique. Eu não sei como, mas, desde sempre ele foi meu amigo, mesmo sabendo que eu sou pobre e ele podre de rico.
- Até que em fim você decidiu tomar alguma atitude,Lola. – Disse ele, sorrindo, mas ainda olhando para as ruas.
- É, e não aguentei mais, e hoje a Mia veio chorando para mim, enquanto meus pais se batiam – Sorri triste – Quer dizer, ele batia nela – Sussurrei.
- Você sabe que qual quer coisa, você conta comigo,né Lola? – Coloquei minha mão encima de sua, acariciando-a e sorri.
- Obrigada.
Fomos conversando sobre como seria dali em diante, e o que eles fariam quando percebessem que não estávamos mais lá. “Não sei, acho que até felizes ficarão!” Foi minha resposta. Chegamos em uns dez minutos, e Mia estava acordada.
- Quer ir embora? Eu me viro aqui,Drew. – Disse, saindo do carro, enquanto percebi que ele fazia o mesmo.
- Não, eu vou ficar aqui,até der tudo certo. – Ele parou, estendendo-me os braços.- Vamos, me dê ela, seus braços devem estar doendo.
Fiz o que ele disse.
- Obrigada por tudo, Drew.- E sorri, abraçando-o pela cintura. Entramos em silêncio na delegacia. Uma senhora gorda e baixinha, com o crachá escrito “Policial Derulo” veio na nossa direção.
- Posso ajudá-los? – Perguntou, sorrindo.
- Na verdade, pode, e muito. - Respondi, aliviada, de ser uma pessoa gentil.
Percebi que ela olhava para o canto de minha boca, onde estava roxa, por causa de minha mãe.
- Alguém bateu em você? – Ela perguntou,olhando para Drew, com cara feia.
- Bateu,mas não só em mim, como na minha irmã. E não, não foi ele. – Sorri amarelo.
- Sigam-me, vou levar vocês até o delegado. – Disse ela, nos guiando.
Ela nos deixou lá, com o Delegado, a quem contei tudo o que acontece. Um especialista me examinou e examinou minha irmã também que estava quietinha, e não falava nada, apenas miava de vez em quando, pelo frio.
- Vocês estão com o que nessa bolsa? – Perguntou o Delegado, apontando para a minha bolsa da escola.
- Umas roupas e sapatos. – Disse, enquanto vestia Mia novamente.
- Ótimo, vou encaminhar vocês para um abrigo, enquanto fazemos tudo o que é necessário, e entorno de três ou quatro dias, vocês irão para um orfanato, está de acordo? – Ele disse, cuspindo as palavras. Olhei para Drew, que fez um movimento de ‘’sim’’ com a cabeça.
- Claro,estou. - Sorri nervosa.
Assinei uns papeis. Com a ajuda do pai de Drew, que era advogado. Depois que terminamos era hora de nos despedir.
Abracei Drew, enquanto a senhora Derulo segurava Mia Ann. Minhas lágrimas não se controlavam e caiam sem parar. Assim ia molhando sua jaqueta.
- Obrigada,obrigada,obrigada... – ia sussurrando.

- Para sua boba, eu vou ir te visitar toda semana. - Sorri de orelha a orelha, e me despedi direito dele e de seu pai, que também me ajudou muito.



Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro


Edição: Lana Carvalho


CAPÍTULO TRÊS

 Depois de uns vinte minutos, nos levaram ao tal abrigo. Era ajeitadinho, perto da nossa casa. Mostraram-me a cama que ficaríamos. Sim, era só uma, mas, estávamos acostumadas, e seria melhor ela estar toda hora perto de mim. Eu precisaria de força. Lembrei que estava no começo das férias de dezembro,melhor falando, hoje fora o primeiro dia.
 Arrumei a cama com duas cobertas e o travesseiro que estava ali.
- Hey,meu amor, iremos ficar aqui, gostou? – Disse, pegando-a no colo, a rodopiando no ar. O olhar de diversão e uma deliciosa risada tomaram lugar de um olhar com medo e lágrimas.
 A deitei na cama, deixando seu coelhinho, quase rasgado, ao seu lado, enquanto Mia brincava, tirei minha roupa, e entrei no banheiro ao lado do quarto. Tomei um banho rápido e coloquei o pijama. Decidi não dar banho em minha irmã, estava muito frio, e a água era apenas morna, e ela tomou banho hoje de manhã. Apenas troquei sua fralda, e me sentei na cama com ela. Contei a história da Chapelzinho Vermelho, pois eu sabia que ela gostava. Dormimos antes de terminar. Acordamos tarde, tomamos café junto de todos, eu era a única adolescente ali, a maioria era criança ou mulheres. O dia passou rápido, e a comida dali era deliciosa. Sai umas duas vezes para fora, no jardim, sentávamos na grama e brincávamos.
 No dia seguinte, foi o mesmo,mas Mia fez amiguinhas, e deixei-a brincando com elas. O que me deixou um tempo sozinha, uma senhora, que cuidava do abrigo, foi me chamar, pois tinha visita. Fiquei muito feliz, só podia ser Drew! Mas, quando cheguei à porta vi só uma mulher de costas, e era minha mãe. Ela se virou, e logo que me viu, andou apressada até mim. As outras pessoas me olhavam inclusive a moça que estava com sua filha e Mia. Fiz um gesto pequeno, pedindo que se retirasse dali com a minha irmã, que por sorte entendeu, e foi para dentro do abrigo.
Minha mãe pegou em meu braço, com força.

- Ei, pare. – Grunhi, enquanto ela me levava para perto do muro. Uma policial, que eu já tinha feito amizade, estava atenta.
- Você acha que é o que para tirar a minha filha de mim? Eu fiz de tudo para criar vocês da melhor maneira. Sua menina MAL AGRADECIDA! – Ela gritou, e bateu na minha cara.
Ashley (A policial) correu até nos, prendendo a mãos de minha mãe.
Agora sim, eu nunca mais iria voltar para casa.

Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho


CAPÍTULO QUATRO

 Os outros dias foram piores, teve uma audiência e eu tive que ouvir as falsas ameaças de meu pai, e minha mãe me xingando com um palavreado chulo.

 Mia, graças a Deus, não teve de comparecer, apenas mostraram os hematomas em sua pele em um programa de TV. O pai de Drew, Joseph, era meu advogado, e estava me ajudando muito. Drew ficou a audiência inteira junto de mim. Foi decidido, iríamos para um orfanato no dia seguinte. Assim aconteceu.
 Dormi muito mal a noite inteira, acordava de cinco em cinco minutos para ver se minha irmã estava ali, e acariciava sua face de anjo. Acordei cedo, em torno das 7 da manhã, dei banho em Mia e tomei banho também. Coloquei uma roupa quente, um tênis e casacos em mim, e nela. Arrumei a cama e a nossa bolsa também. Enrolei Mia na mesma coberta em que a enrolei no dia que saímos de casa. Eram oito horas quando, o pessoal que nos levaria, chegaram. Levaram mais três bebes também, todos machucados, ou apenas com hematomas, mas era evidente a violência. O caminho foi rápido e chagamos em questão de minutos. Uma senhora, que aparentava ter uns 50 anos, falou delicadamente “Deixei sua bolsa em seu quarto, depois eu mostro o quarto de sua irmã.” Aquilo foi horrível, ter que ficar longe de minha irmã, mas não iria discutir ali. Ela nos mostrou o orfanato inteiro, que era muito lindo, para dizer a verdade.
 “Fique a vontade querida, se quiser tomar café e alimentar a pequenina, vá a cozinha, que ainda terá lanche lá! O almoço será ao 12:00, o lanche da tarde ás 15:00, se quiser comer alguma coisa as 18 é fruta! E o jantar, e a hora de todos se deitarem é ás 21:30. Bom, vá ao parquinho, fará amizade!” E saiu. Subi rapidinho para o quarto onde iria ficar para deixar a coberta de minha irmã. Assim fiz. Desci as escadas correndinho, ao som da risada de Mia. Cheguei ao parquinho, e perguntei:
 - Ei,meu amor, quer ir em qual,hum? – Mesmo o dia ser um típico dia de inverno, o sol marcava presença. Beijei a testa de minha irmã, e vi sua mãozinha gorda, vestida por uma luva apontando para o balanço. Eram cinco. A primeira estava ocupada por uma adolescente, e a segunda por um menininho lindo, de olhos azuis, de uns 6 anos. Sentei na terceira, com Mia em meu colo. Comecei a balançar calmamente, e minha irmã ria, com aquela risada gostosa que só ela sabe dar. A garota colocou a cabeça para frente, e fiz o mesmo, mas ainda me balançando.
 - Oi! Meu nome é Taysa! E o seu? – Sorria para mim, se levantou, e pegou o garoto de olhos azuis pelas mãos, se sentou na balança em que o garoto ocupava e o colocou em seu colo, gemendo, e em seguida rindo. O garoto acompanhou na risada.
 - Oi Taysa! Sou Lourds Maria, ou Lola. E essa é minha irmã, Mia Ann, ou só Mia mesmo. – Sorri também. – E o seu, garotão, qual é o teu nome? – Ele me olhou assustado, fazendo seus olhos azuis ficarem ainda maiores. Passou-se segundo, e eu sorri para ele,ainda esperando a resposta.
 - Responda mano! – Disse a garota, dando um peteleco em sua cabeça. Ele sorriu para mim, e disse, em uma voz doce.
 - Sou Peter! – Seu sorriso ficou nervoso, pulou do colo de Taysa e foi brincar.
 - Ele é teu irmão? – Deixei Mia de pé em meu colo.
 - É sim. – E se balançou ainda mais. A conversa foi se esticando, ela e seu irmão estavam ali há 4 anos e meio. Ela tinha 14 e seu irmão 5. Foram abandonados por sua avó aqui depois que seus pais morreram. Era para seu irmão estar em uma família, desde o primeiro ano que eles chegaram no orfanato, mas a adaptação foi péssima. Ele não conseguia ficar sem Hope, então fazia molecagem e acabou voltando para lá.

Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho



CAPÍTULO CINCO



O dia foi assim, tinham bastante adolescentes lá, e crianças também, bebes eram minoria. “Eles são mais fáceis de se adaptar, e alem de serem mais fofos!” Disse Taysa, dando uma risada triste no final.
Mia ficou na ala do berçário do orfanato, seria diferente dormir sem aquela respiração que sempre esteve presente em toda a minha vida. No meu quarto eram 10 camas, pequenas, e Taysa não ficou no mesmo quarto que eu. As garotas de lá pareciam não querer papo, então depois do jantar , me despedi de Mia e fui dormir.
                                                       
                                              Um mês depois

O céu estava preto,olhei no relógio e era 11:30. Levantei-me da cama com um pulo e corri para o banheiro. Lembrei que era sábado. Mesmo assim, era tarde demais! Dormi quinze horas. Tomei um banho, e fui pegar Mia para dar um banho nela, pois como estava frio, para não deixar para dar a noite. Coloquei uma calça Jeans, uma camisa e um moletonzão.
Havia uma família no berçário, em volta do berço de Mia. Era o que eu mais temia, uma família levar minha pequena. A mesma senhora que me apresentou o orfanato no primeiro dia, tratou de me apresentar à família.
- Hey, venha cá Lourds Maria. – Disse, olhando para mim, quando percebeu que eu estava dando meia volta para voltar depois. Caminhei até eles. Parecia uma boa família, ricos, pelo jeito.
- Suritas, esta é Lourds Maria,irmã de Mia. – Eram um homem e uma mulher, muito bonitos. E dois garotos, adolescentes, ainda mais bonitos. – Lourds esses são, Emilio Surita,Anne Surita, Eduardo Surita e Emilio Eric. – Dei um beijo na bochecha de cada um. – Então, eles estão querendo adotar a pequena Mia. Tudo bem? – Ela só perguntou aquilo para deixar claro que eu estava de acordo, e não iria ficar mal com a partida de minha irmã. Fiz uma careta, e Eric riu. Eduardo fitava-me, solidário, parecia me entender.
- Hm, claro! – Disse, sorrindo, ou melhor, tentei sorrir.
Mia já estava com 2 anos, estava muito grande, e ainda mais linda. Seus olhos verdes acompanhavam Eduardo, que percebeu, e brincou com suas mãos.
- Traremos ela aqui,para lhe visitar sempre que puder, sempre minha querida. – Disse Anne, acariciando meu rosto. Ali tive certeza que Mia estaria em boas mãos.
- Querem ir dar um passeio,crianças? – Perguntou a senhora. Crianças, hunf.
- Posso levar Mia junto? – Perguntei,
Peguei Mia em meu colo, ela estava aprendendo a dar os primeiros passos, mas não queria colocá-la no chão frio.
- Vão, vão junto com ela! – Disse a voz do homem, ou melhor,Emilio.

Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho


CAPITULO SEIS



- Ei,Lourds Maria... – Emilio começou, eu o interrompi.
- Lola, é melhor. –.
- Então,Lola, posso pegar ela no colo? – Disse sorrindo, já esticando os braços compridos e fortes.
- Claro. – A Dei a ele. Mia se acomodou em seus braços, e começou a brincar com o cabelo de Eric.
- Ela gostou de você, Emilio. – Eduardo disse, sorrindo. Ele parecia realmente feliz.
- Ele também vai gostar de você, Eduardo, é só ela se acostumar! – Disse dando tapinhas em seu ombro.
- Dudu! – Disse, praticamente me dando uma ordem, fiz um bico.
- Venham, vamos sentar aqui. É só colocar Mia no balanço, ela adora. – Emilio a colocou no balanço, colocando o cinto nela, e a empurrando devagar, sentei-me no meio, Dudu do lado direito, e Emilio do lado esquerdo.
- Me prometam que vão cuidar dela, pelo amor de Deus, ela é a coisa que me faz viver. – Disse, com lágrimas em meus olhos, trouxe a manga da blusa até a palma da mão.
- Claro que vamos cuidar. – Disse Emilio, ainda sorrindo.
- Mas você vai ter uma surpresa.. Não sei quanto tempo demora, mas.. – Eduardo disse, sorrindo para mim. Emilio olhou, bravo para ele.
- Que surpresa? –
- Se eu falar, não vai mais ser surpresa,ué. – Eduardo disse, levantando-se e indo empurrar minha irmã, e irmã deles também. Ela dava gritinho de felicidades. Ri vendo a cena.
- Nem era para você falar Eduardo. – Emilio estava sério, o sorriso lindo havia desaparecido.
- Ei,ei,ei. Não briguem não,poxa. – Sorri, triste. Tentei descobrir o que era,mas, foi mega fail.
 Fazia sol. Espreguicei-me. Fiz tudo o que tinha direito, e fui ver minha irmã. A criançada corria pelos corredores.
 Cheguei ao berçário, e mais uma vez, tão cedo, Anne, Edu e Emilio estavam ali. Eles vinham visitá-la toda semana, ao menos duas vezes. Percebi que tinha mais um garoto e uma garota, lindos como os Suritas , e uma senhora. Fui até eles, Edu percebeu que eu estava lá, e cutucou o garoto. A garota não precisou de cutucão nenhum, e veio em minha direção.
- Você é a Lola, não é? Mas é claro que é, você é como Eduardo lhe descreveu, mas ainda mais bonita!- Piscou para Eduardo, que parecia estar corado. Olhei para Emilio, para que me ajudasse, a garota não parava de tagarelar.
“Tua irmã tem para quem puxar,não é? Pô, Você está a quanto tempo aqui? Bastante? Deve ser difícil,não é?”
- Hmm, é sim. Como é seu nome? - Abriu a brecha para falar, e assim fiz.
- Sou Lana Mackenzie. – Sorriu, pegou as pontas de sua saia, fazendo uma referencia.
 Todos rimos, e a moça que cuidava dos bebês nos repreendeu.
- Venham, vamos lá pra fora, aqui não pode nem falar um piu. – Mas antes de fazê-lo fui dar bom dia a Anne.
- Bom dia, donas! – Sorri, dei um beijo na bochecha das duas.
- Bom dia, minha linda! – Anne retribuía o sorriso. Ela percebeu que eu não tirava o olho da senhora. – Essa é Alicia, Alicia Mackenzie
 A senhora Mackenzie me abraçou gentilmente.
- Prazer,querida.
Saímos e ficamos papeando, e ninguém me apresentava o garoto. Lana perguntou tudo para mim, mas tudo mesmo, não entendi o porquê, mas respondia, normalmente.

Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho


CAPÍTULO SETE


Depois de um tempo, Eduardo começava a reclamar de fome.
- Ficaremos mais um pouco aqui, tenho que terminar com os papeis da adoção. Vão ao Mc Donalds. Vá com eles, Lourds, qualquer coisa eu aviso aqui.
Na verdade, nem precisava avisar, sempre quando eles iam lá, nós dávamos uma voltinha por ai. Eu ainda tinha medo de andar por ali, por isso, optávamos por lugares mais longe, na verdade o medo era de encontrar meu pai ou minha mãe. Eles falavam que eu estava segura com eles, mas, dona Anne e o senhor Emilio, não gostava que ficássemos por lá também, afinal, era uma favela.
- Ok, só vou colocar um tênis. – Fui até o dormitório em que ficava e peguei um allstar velho. Era até vergonhoso andar com aquele tênis e com aquelas roupas perto deles. Eles eram tão, tão... Sofisticados. Eles me esperavam na porta do orfanato, resmungando.
- Pronto!
Entramos no carro, e Emilio foi dirigindo. Não foi dito um piu, até eu ter que começar o papo.
- Aconteceu algo? - Virei-me para Dudu que estava sentado do meu lado com o fone de ouvido. Pude ver o olhar de Eric pelo espelho. Esperei e ele não respondeu.
- Ô manezão. – O garoto que estava no banco da frente cutucou Eduardo, que tirou o fone, fazendo careta.
- Que foi? – Disse ao garoto que me olhou, acho que ele entendeu. – Que foi Lola?
- Porque está tão quieto? – Fitei-o um pouco preocupada, todas as vezes que ele vinha nos visitar, era tão alegre.
- Não é nada não,Lola. – Ele bateu em seu ombro, entendi que era para mim colocar a cabeça ali, assim fiz.
- Que nada não,Edu. Fala,cara... Ela não é tua amiga? – Edu olhou feio para Lana, pude ver pelo retrovisor o olhar semi-serrado do garoto, que, por sinal, era muito parecido com Lana.
- Me deixou curiosa, Dudu... – Miei . – Mas se não quiser contar, não conte...
O silêncio no carro reinou.
- Então, ele é teu irmão,Lana? – Ela entendeu que eu perguntava do garoto no banco da frente.
- É sim,Ashton. – O garoto, digo,Elliot estava muito concentrado no seu iPhone para responder. – ASHTON MACKENZIE!! – Lana gritou, Eduardo levou um susto, e se ajeitou no banco.
- Que foi? – Ainda sem tirar os olhos do iPhone.
- Sou a Lola, prazer. – Disse, quando percebi que Lana ia abrir a boca pra falar de novo. Não queria mais gritos, assustando o meu Edu.
Qualé, ele é meu, meu...bem, meu irmão. Quase um, pelo menos.
- Ah! – Ele se virou para trás, sorrindo. Estendeu a mão para mim, e eu a apertei. – Sou Ashton. Mas isso você já deve ter percebido. Não é,Lana? – Os dois fizeram cara feia, e Emilio riu. Peguei um dos fones do Edu e escutei a musica, tava tocando Missing You, Black Eyed Peas . Depois do McDonald’s fomos ao shopping. Era ÍN-CRI-VEL! As meninas ficavam olhando, e cochichando quando passávamos. Não tinham vergonha não? Tinham umas que até nos seguiam. Lana foi rápida. Pegou na mão de Emilio – eu jurava que o vi corar – e com o braço esquerdo, enganchou o braço de seu irmão. Pude até ouvir “ahhh’s”. Tivemos que dar risada. Paramos em uma loja de doce, comprei,melhor o Edu comprou pra mim um pirulito. Os outros compram balinhas, minhoquinhas, chocolates. Perguntava-me como eram tão magros. Quando saímos da loja, Lana fez a mesma coisa que fizera antes. Eduardo ficou me olhando, entendi que era para fazer o mesmo. Peguei sua mão e entrelacei meus dedos nos deles. Lana, Emilio e Ashton ficaram zoando. Eduardo riu, eu..eu já fiquei de todas as cores possíveis.
Parecia que eles queriam comprar o shopping inteiro pra mim, eu sempre dizia não, mas quem disse que eles me obedeciam? Meus moletons com jeans e allstar era tão ruim assim?



CAPÍTULO OITO


Chegara o dia. Eu sei, a família era boa, mas me doía o coração. Ela sempre foi minha protegida, e agora, teriam vários para protegê-la. Acho que mais de cinco meses se passou depois que eles entraram com a adoção da minha irmã. Toda semana eles vinham visitá-la, e cada semana eu ficava mais intima dos Suritas e dos Mackenzies. Ashton e Lana eram muito loucos. Fui ao banheiro, fiz minha higiene, tomei um banho, e coloquei um moletom, um chinelo e um shorts. Não estava frio nem calor. Abri a porta e levei um susto. Eduardo estava lá, com uma rosa na mão. Pois é, uma rosa. Sorri sem perceber. Ele primeiramente estava meio que com medo; Pelo menos era o que parecia. Ele ficou parado, quieto. Eu dei risada.


- Qual é a graça,senhorita? – Ele me perguntou sério.
- Sei lá, você parece bem tenso. – Dei um empurrãozinho nele, que riu. – É pra mim,hein? – Apontei para a rosa vermelha. Ele sabia que aquela era minha cor preferida?
- Na verdade, eu ia dar pra minha mãe, mas como você se ofereceu, é pra você mesmo...
Dei uma risada, as bochechas dele estavam totalmente coradas, o que me fez rir mais ainda.
- Sabia que você está me deixando com vergonha? Eu nunca fiz isso. – Ele miou, abaixando a cabeça. Eu a levantei com minha mãe, sorrindo pra ele.
- Ah, me desculpa então...- Tomei a rosa de suas mãos. Ficamos quietos por um tempo, aquilo estava me incomodando.
Antes de eu abrir a boca pra falar alguma coisa, Edu me agarrou pela cintura e quase me beijou. Mas a tagarela e o Emilio chegaram.
- Atrapalhei algo? – Lana disse, quase dando meia volta.
- Claro que atrapalhamos, não ta vendo? – Emilio deu uma piscada pro Edu. Se ele pensa que eu não vi..

Lana do nada começou a dar pulinhos e gritinhos irritantes. Eduardo só sorria e Emilio dava risada. E eu? Bem, eu tava quase morrendo ali.
Seguimos pro pátio.
- Cadê o Ashton? – Perguntei estranhando. Mesmo ele ficando só no seu iPhone, ou no iPad ou no seu netbook entre outras coisas tecnológicas que não sei nem dizer o nome, ele fazia muita falta.
- Ta lá, babando na Mia. – Emilio me respondeu, brincando com os cabelos de Lana.
Isso bastou pro Edu ficar revoltado.
- Com a minha Mia? Tsc. – Já se levantou, indo em direção ao berçário. – O irmão aqui sou eu, ele não vai ficar babando na minha Mia, ele que vá babar nas suas crianças virtuais.
Lana saiu correndo atrás dele e subiu em suas costas. Sim, eu senti um pouco de ciúme. Emilio se levantou e bateu em suas costas. Assim eu fiz. Alguma coisa estava errada, mas deixa pra lá.
Chegamos no barçário, Eduardo já tinha tirado Mia dos braços de Ashton.

Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro
Edição: Lana Carvalho